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Lábio Leporino – Causas e formas de tratamento

O Dia Nacional de Conscientização sobre a Fissura Labiopalatina (também conhecida como lábio leporino) foi instituído em julho deste ano, através da Lei 14.404/22. A data será comemorada anualmente no dia 24 de junho, visando reduzir o preconceito contra essa malformação genética que afeta, no Brasil, uma criança em cada 650 nascimentos.




Mas afinal de contas, o que é lábio leporino e quais suas principais causas? A cirurgia de reconstrução é realizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS)? Para responder esses e outros questionamentos entrevistamos o cirurgião plástico e membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), Dr. Daniel Sudfeld Spiga Real.




Ele explica que lábio leporino é a denominação leiga para um tipo de fissura facial que acomete os lábios, pois os pacientes ficam com a região oral parecida com focinho dos coelhos. “As fissuras faciais, entre elas a fissura labiopalatina, são malformações que ocorrem durante o desenvolvimento embrionário, em que células que deveriam proliferar e se movimentar para fundir estruturas faciais não o fazem. Assim, o embrião se desenvolve com essa falha de fechamento entre estruturas faciais. O tipo mais comum são as fissuras labiopalatinas incompletas unilaterais”, salienta.




De acordo com Dr. Daniel Sundfeld, o principal fator para essas ocorrências são alterações genéticas, ou seja, trata-se de uma condição que possui transmissão familiar. “Possíveis causas associadas a fissuras labiopalatinas são: deficiência de ácido fólico, infecção por citomegalovírus, infecção por rubéola, utilização de bebidas alcoólicas e tabagismo durante a gestação e uso de remédios psicotrópicos”, enumera.




O cirurgião plástico afirma que as fissuras labiopalatinas devem começar a ser tratadas logo após o diagnóstico pelo exame de ultrassonografia morfológica da 14 ª semana de gestação. “O tratamento requer uma equipe interprofissional, incluindo cirurgião plástico, fonoaudiólogo, cirurgião dentista, psicólogo, pediatra, nutricionista, enfermeiro, fisioterapeuta e otorrinolaringologista. Por ter longa duração, ele requer cooperação e adesão do paciente e o engajamento de todos os familiares para o sucesso da reabilitação”.




Ainda de acordo com o Dr. Daniel Sundfeld, todo o tratamento é oferecido pelo SUS, porém há poucos centros especializados, o que torna esse processo desgastante às famílias dos pacientes fissurados. “Em nossa região, os centros de referência são o Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais, da USP de Bauru, e o Hospital Sobrapar em Campinas. Com o nascimento do paciente fissurado, ele é encaminhado para uma primeira avaliação nesses centros, através da Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde, mais conhecida como CROSS. No entanto, como há demanda do Brasil inteiro para esses centros, muitas vezes há uma certa demora, não se conseguindo o cumprimento dos prazos para os procedimentos”, alerta.




Por fim, o cirurgião plástico lembra que o tratamento dos pacientes fissurados também possui cobertura pelos convênios e seguros de saúde e é contemplado por reembolso. Sendo assim, os pacientes podem realizar os procedimentos particulares e solicitar ao convênio o reembolso dos valores pagos. “Cabe mencionar que é possível solicitar um auxílio governamental para auxiliar nos custeios do tratamento. Denominado Benefício de Prestação Continuada e previsto na Lei Orgânica da Assistência Social, ele pode ser solicitado nas agências do INSS com relatório médico”, conclui Dr. Daniel Sundfeld Spiga Real.









Fonte: Vanessa Ronquim Comunicação





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